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07 junho 2017

Almiraci Dantas



Almiraci Dantas dos Santos, é Coordenadora da Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos e do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Alagoas da Secretaria de Estado da Cultura. Coordenadora do Programa PROLER. É presidente do Sindicato dos Bibliotecários alagoanos (SINBIBLIO/AL). Pesquisou e organizou o registro do Conhecimento acerca da Memória Histórica Institucional do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Pesquisadora na temática: MEMÓRIA E HISTÓRIA INSTITUCIONAL E PATRIMÔNIO (I)MATERIAL. Graduada em Biblioteconomia pela UFAL.






Nossa entrevistada é mais conhecida como Mira Dantas, nasceu em um povoado de difícil acesso no município de Piaçabuçu, chamado Potengi. Aos 14 anos ela só estudava, como a maioria das meninas da sua idade, mas com a iniciativa da Secretaria da cultura de Piaçabicu, de colocar um professor de música para o coral da igreja, ela se inscreveu para participar. “O Grupo Caçuá - de artes integradas, com foco no regionalismo estava precisando de um representante de Piaçabuçu, então eu fui eleita para fazer parte do grupo, cantando e recitando valores regionais."

Esses recitais englobavam toda a cultura do município de Piaçabuçú e das cidades ribeirinhas no entorno do Rio São Francisco, assim como Alagoas e todo o nordeste. Ela conta que surgiu a necessidade de mudar-se para a cidade de Piaçabuçu devido à existência de uma casa alugada pelo prefeito da cidade, onde o grupo se reunia toda a semana para ensaiar. A casa era toda caracterizada com poesias e frequentada por pessoas de vários lugares de Alagoas, inclusive de Maceió. Depois a casa não pode mais ser alugada e Mira foi morar com a então secretária de cultura, Dalva de Castro, a quem chama carinhosamente de segunda mãe. “Ela cuidou de mim e me ensinou muitas coisas.”
O grupo Caçuá fazia excursões por todo Brasil. Com eles, Mira aprendeu artes teatrais, música, dança e interpretação. “A partir disso eu conheci muitas pessoas do país e daí eu aprendi a ver em mim uma beleza que eu não conhecia, aprendi a valorizar minha cidade, a saber quão belo era o rio, quão belo era o pescador, quão bela era a lavadeira na beira desse rio. Foi a partir do olhar dos visitantes que sabiam valorizar tudo aquilo, que eu clareei a minha visão e aprendi não só a dar valor, mas também sentir muito orgulho do meu lugar.”

Ainda através do Caçuá, Mira engajou-se em outros projetos, dentre eles o que encabeçou a ONG Olha o Chico, que em seu Estatuto tinha várias diretorias. Pasmem… Com apenas 16 anos, ela assumiu a diretoria de comunicação. Que menina precoce!. “Eu fazia bonecas de informativos, colhia as informações, fazia a impressão e saía de bicicleta entregando nas casas".
Ela fazia ainda um programa na Rádio Mandim - uma rádio comunitária que cedeu 1 (uma) hora para a ONG. E ela aproveitou muito bem, passando informativos sobre a Organização e sobre a conscientização da preservação do Rio São Francisco. Mira também fazia entrevistas em seu programa abrindo espaço para os pescadores da região que davam dicas de pesca, sobre a maré, sobre a época propícia para pescar, como também, quando era proibida a pesca na qual o IBAMA chama de 'Época do Defeso'. “Tinha também o momento cultural, então eu convidava sanfoneiros do povoado, convidava a Filarmônica Euterpe, entre outros. Eu inventei uma personagem, a Dona Chica, eu falava como uma velha, agia como uma velha, pensava como uma velha. O programa era todos os sábados, passava no dia de feira, na hora de feira. Então as pessoas gostavam porque ela era irreverente. 

Depois eu tive uma parceira que fazia a minha comadre fuxiqueira.
Quando Mira já fazia o ensino médio, a Secretária Dalva sempre levava cursos do Sebrae e do Senai para o município. Um dos cursos que ela fez foi sobre o cultivo da mandioca. Alem disso, existia também a Fundação Accioly Gama (FUNTAG), e Dalva promovia festivais de teatro e Mira também se aventurou na montagem de peças teatrais. “Eu montei umas 3 (três) peças. Eu mesma escrevia, dirigia, fazia a sonoplastia, tudo. Uma dessas peça ganhou os prêmios de sonoplastia, melhor ator coadjuvante e melhor direção. A peça vencedora tinha que ser apresentada nos povoados e não tínhamos transporte adequado para isso, então nós usávamos a caçamba de lixo da cidade. A noite nós lavávamos a caçamba e montávamos o palco sobre ela (tipo teatro mambembe), estacionávamos na praça, colocávamos os  holofotes e gelatinas, fazíamos as caracterizações e chamávamos o público para assistir."

Eu perguntei à Mira o que a motivou a querer fazer um curso superior, ela respondeu que existia uma biblioteca na cidade, sem bibliotecário (a), para variar, e ela fazia de tudo um pouco por lá. “Então aconteceu um projeto do SESC, a exposição de imagens do “Tatibitati” livro de Fátima Maia. Foi quando a Dalva pediu para que fosse feita contação de história com o livro Tatibitati, daí eu contei historinhas pela primeira vez. Os alunos vinham das escolas para visitar a exposição e depois levamos essa contação também para os povoados. Perguntei se ela apaixonou-se pela biblioteca e por isso escolheu a Biblioteconomia. Ela respondeu: "Não, mesmo porque eu era apaixonada por tudo que eu fazia, não foi a biblioteca que determinou isso. Eu nem sabia o que queria fazer, só sabia que tinha que ser algo relacionado com o público. Pensava em jornalismo, pensei até em medicina, depois desisti". Contou Mira. Perguntei também se ela não pensou em fazer um curso superior em Teatro e ela respondeu que não, nunca quis fazer, nem pensou em fazer música.

Pedi a Mira que contasse sobre a odisseia de sair do interior para estudar na capital. "Aos 18 anos Fiz o primeiro vestibular e não passei, daí minha mãe biológica que já era merendeira, tirou um empréstimo no banco para bancar um cursinho pra mim. Me juntei com mais duas colegas que estavam vindo para Maceió e ficamos no apartamento de outra colega, no bairro do Feitosa. Dividimos as despesas, o aluguel e tínhamos as mensalidades do cursinho para pagar. Eu tinha que fazer valer, tinha que estudar muito, me dedicar extremamente. A minha ânsia foi tanta que eu passei a não me cuidar. Daí eu comecei a me distanciar do Caçuá, da ONG, me distanciei de tudo. E também passei a não me alimentar direito, com isso eu entrei em depressão e tive vários problemas de saúde, não conseguia nem tomar água. Então tive que voltar pro interior pra me restabelecer. Voltei  chorando, pois iria perder uma semana de cursinho. Recuperada voltei à Maceió, fiz o vestibular e novamente não consegui passar. Como não tinha como permanecer aqui, regressei novamente ao interior. Passaram-se 6 (seis) meses e minha mãe mais uma vez me ajudou. Ela me disse: 'Arrume um lugar para morar. Todo mês e vou lhe enviar uma ajuda de custo.' Passei a morar na casa de uma amiga, por convite dela."

Mira retomou suas atividades na ONG e esta passou a ter representatividade no Comitê da Bacia do Rio São Francisco, pois o objetivo dessa ONG era meio ambiente, arte e cultura. Ela ficou como representante suplente da ONG. "Então comecei a viajar mais do que antes pelo Brasil. Nessas andanças eu conheci o Marido de uma professora da UFAL que também fazia parte do comitê. Conversando com ele, o mesmo me questionou: Porque você não faz Biblioteconomia? Eu: Biblio o quê? Ele: Minha esposa é professora de Biblioteconomia, penso que você vai gostar. Fiquei querendo saber o que era isso, biblioteconomia… Então comecei a pesquisar e ver as áreas de atuação e percebi que tinha a ver com o que eu já fazia. Foi aí que eu me decidi pela Biblioteconomia e fiz o vestibular pela terceira vez. Passei em 4º lugar e me apaixonei e continuo apaixonada até hoje." Finalizou Mira.

Vou confessar que essa entrevista não terminou aqui, apesar dessa carinha de menina, essa mulher ainda tem muita história pra contar... Acompanhe aqui na Parte II

05 junho 2017

Dandara Baçã - Coordenadora Geral do SNBP

A bibliotecária Dandara Baçã de Jesus Lima é a nova coordenadora-geral do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), órgão da administração federal encarregado pela política nacional das bibliotecas públicas, que é subordinado ao Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (MinC). Ela substitui a também bibliotecária Virgínia Bravo Esteves, que estava no cargo desde setembro do ano passado (Biblioo, 2017).


A nomeação da nova coordenadora foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 23 de maio e a mesma tomou posse no cargo no último dia 02 de junho de 2017.  Pela frente a nova coordenadora terá a missão de zerar o número de municípios sem bibliotecas, algo desejado, mas nunca alcançado efetivamente pelas gestões anteriores. De acordo com os dados do SNBP (os dados mais recentes são de 2015), o Brasil tem 6102 bibliotecas públicas municipais, distritais, estaduais e federais, nos 26 estados e no Distrito Federal (BIBLIOO, 2017).

No post anterior, eu reclamava da representatividade da classe, isso é o que não falta na Dandara Baçã, que tem um histórico de luta em favor dos direitos humanos.Veja a entrevista que ela deu ao CRB-6, simplesmente maravilhosa. Olha o que ela responde quando é indagada sobre qual a sua visão sobre a biblioteconomia e a atuação do bibliotecário no Brasil. 

"Existe um potencial a ser desenvolvido, visto que há pouca vontade de se reinventar. Na Biblioteconomia existem muitos preconceitos explícitos, principalmente contra quem não possui mais títulos acadêmicos. Percebo que, muitas vezes, não sou ouvida em grupos de discussão da área por ainda não ser pós-graduada, por exemplo. Além disso, a Biblioteconomia brasileira vive em um mundo próprio, marcado por uma suposição de que haja reconhecimento profissional para todos. Mas nos deparamos constantemente com preconceito, homofobia, transfobia e racismo. Precisamos quebrar essa “bolha” e nos reinventar. Há muita demanda da sociedade por serviços que temos competência para realizar, mas não o fazemos." (DANDARA BAÇÃ AO CRB-6).

Dandara Baçã de Jesus Lima é Bibliotecária no Ministério da Saúde, formada na Universidade de Brasília (UnB). Graduanda em Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), cursa também pós-graduação em Direito Notarial e Registral, além de mestrado em Saúde Coletiva na UnB. Ativista social, Dandara atua no Movimento Negro Unificado (MNU), na organização Corpolítica, na Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal e no Entorno e Rede de Ciberativistas Negras Contra o Racismo e o Sexismo (CRB-6, 2017).

Fontes:
Biblioo <http://biblioo.cartacapital.com.br/o-sistema-nacional-de-bibliotecas-publicas-tem-uma-nova-coordenadora-geral/>

CRB-6 <http://blog.crb6.org.br/artigos-materias-e-entrevistas/crb-6-entrevista-dandara-baca/ >

30 maio 2017

Falta Representatividade

É chocante saber que em pleno século 21 ainda existam escola sem bibliotecas. É igualmente impactante saber que existem bibliotecas escolares sem a presença de um (a) bibliotecário (a). É estarrecedor constatar que o puder público e profissionais da área da educação desconheça esse profissional. Será que políticos e os professores de escolas do ensino fundamental são assim tão desinformados, ou somos nós que não estamos sabendo criar ações e comportamentos que nos façam ganhar a visibilidade necessária?

Vejamos uma matéria do UOL, intitulada "PARA DAR VIDA ÀS BIBLIOTECAS ESCOLARES - ESPAÇOS NEM SEMPRE SÃO BEM APROVEITADOS NAS REDES DE ENSINO. SEMINÁRIO NO RECIFE VAI DISCUTIR COMO DINAMIZAR AS BIBLIOTECAS"


A autora da matéria, Margarida Azevedo, reconhece que a Escola Municipal do bairro de Tejipió, na Zona Oeste do Recife, está alojada numa sala com ar-condicionado, repleta de livros, mas é como se não existisse. Daí ela comenta... "Falta quem organize o local e o torne atrativo para os alunos". É como se qualquer pessoa pudesse chegar lá e realizar uma mágica. Onde fica a valorização do profissional? Ela continua... "Ressaltar a importância das bibliotecas escolares como instrumento de formação de leitores é uma das propostas de um seminário que começa segunda-feira, no Recife, com a participação de 200 professores de colégios municipais e estaduais da capital pernambucana". Você não leu errado - são duzentos professores. Cadê os bibliotecários nessa história?

Margarida ainda destaca a fala da coordenadora pedagógica da escola, Tânia Rodrigues... "Material não falta. Dispomos de muitos livros. O nosso desafio é ter uma pessoa para organizar a biblioteca. Há uma professora, que por problemas de saúde não pode estar em sala de aula, designada para lá, mas ela sempre está de licença médica". Desafio: Ter uma pessoa - não um (a) bibliotecário(a) para organizar. Uma professora doente não pode mais lecionar, mas ficar na biblioteca, pode. Subentende-se que o problema é só a falta de saúde, pois se não fosse esse fato, ela estaria apta para organizar o local e fazer o papel do bibliotecário escolar/cultural.

A autora ressaltou ainda que a secretaria de educação do Recife, prometeu verificar a situação da Escola Municipal de Tejipior para indicar uma outra pessoa para assumir a biblioteca. Novamente um órgão público não tem o conhecimento de que não se pode colocar qualquer pessoa para organizar e dinamizar uma biblioteca. Como é possível isso? Sempre reclamamos que somos reconhecidos como aquele profissional que somente atua em bibliotecas - e ficamos chateados com isso. E quando o problema é não ser conhecido de forma nenhuma? 

Aqui tem a reportagem completa. Você constatará que em nenhum momento o nome BIBLIOTECÁRIO (A) foi citado. Não basta ser saudável ou ter boa vontade. Tem que está apto para assumir o cargo. Ter que ser qualificado profissionalmente. Tem que ter cursado biblioteconomia e possuir registro no Conselho Regional de Biblioteconomia - CRB4. Falando em CRB4, cadê o órgão para autuar esse escola? Se a escola já tivesse sido advertida, com certeza a reportagem teria um teor diferente.

Mas nem tudo está perdido! durante minha pesquisa para obter respaldo para esse post, me deparei com uma reportagem da Folha PE, que fala sobre o Seminário supracitado aqui. Descobri que o mesmo encontra-se em sua 2ª edição, que começou ontem 29/05 e se estenderá até o mês de novembro. O melhor de tudo é que terá uma bibliotecária como palestrante, a especialista em bibliotecas da Secretaria de Educação de Campinas (SP), Gláucia Mollo... Salve! Viva! Palmas! 

Gláucia Maria Mollo
Orientadora Pedagógica da Rede Municipal, com Licenciatura em Pedagogia, Bacharelado em Biblioteconomia e Mestre em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Foi Coordenadora das Bibliotecas Escolares da Rede Pública Municipal (de 1993-1997), Coordenadora das Bibliotecas Públicas Municipais (de 1996-2003) e Coordenadora do Comitê do Programa Nacional de Leitura (PROLER) do município de Campinas (de 1998-2005). Atualmente é responsável pelo Projeto Leitura em Movimento da Secretaria Municipal de Cultura (desde 2001), especialista que ministra cursos de Auxiliar de Biblioteca junto ao Projeto Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso (desde 2005) e é Votante da Fundação do Livro Infantil e Juvenil (desde 1999).

26 maio 2017

Técnico em Biblioteconomia - Regulamentação


A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta quarta-feira (24), propostas que regulamentam entre outras a profissão de técnico em biblioteconomia. O PLC 15/2017 estabelece que, para exercer as atividades de técnico em biblioteconomia, o profissional deverá ter diploma de nível médio expedido no Brasil por escolas oficiais ou reconhecidas; ou expedido por escola estrangeira, revalidado no Brasil.  Atualmente, apenas aqueles que possuem curso superior na área têm sua atividade regulamentada.

O autor da proposta, deputado Jose Stédile (PSB-RS), explica que a iniciativa vem somar-se aos esforços políticos do governo federal para viabilizar a implantação de, no mínimo, uma biblioteca pública em cada cidade brasileira até o ano de 2020. A relatora foi a senadora Regina Sousa (PT-PI).

Na falta de graduados em número suficiente para assumir a função, o deputado lembra que cresce a procura por profissionais de nível médio para atender as bibliotecas ou os centros de documentação e informação, públicos ou privados, na rede escolar ou universitária, nas instituições culturais, no âmbito comunitário, nas indústrias e outros. Por isso, considera necessário atualizar a legislação para permitir a atuação dos técnicos.

O técnico em biblioteconomia vai auxiliar nas atividades e serviços concernentes ao funcionamento de bibliotecas e outras atividades de documentação e informação; e auxiliar no planejamento e desenvolvimento de projetos que ampliem as atividades de atuação sociocultural das instituições em que atuam. Para exercer a atividade, além do diploma, o profissional deverá ter registro e estar em dia com suas obrigações junto ao Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB). O técnico também deverá estar sob a supervisão de bibliotecário com registro no CRB.

A proposta segue para avaliação do Plenário

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